quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

O primeiro Post oficial: resultado de uma cumplicidade sem adjectivos, de um encurtar de distâncias com a leveza da Primavera!

"Em noite de luar, na Primavera e no Verão, as sombras roçam-se em nós, com o seu tecido fino de luz, e as estrelas são tão baixas e tão visíveis que, se falarmos com elas, ouvimo-las à escuta.
Em Março e Abril, uma hora após o pôr-do-sol e a nordeste, víamos todas as noites o cometa Hale-Bopp, que ali esteve pela última vez antes dos antigos egípcios e que só voltará de novo daqui a seis mil anos.
Passei noites fascinado a olhar o Hale-Bopp e a pensar se seria ele Deus, Osíris, o Grande Construtor do Universo? Nunca me tinha acontecido ter um cometa a olhar para o terraço da minha casa, vigiando os meus gestos, lendo os meus pensamentos. Em algumas noites, com a lua cheia no tecto da casa, Martre nascendo amarelo ao mesmo tempo que a lua e o Hale-Bopp no horizonte, tudo ficava suspenso, em silêncio: eu, a coruja, os grilos, as rãs."
Não te deixarei morrer David Crockett, de Miguel Sousa Tavares

Fica ainda uma sugestão de leitura: a obra Um Mundo Deste Tamanho, de Pedro Cotrim (http://www.centroatl.pt/titulos/ciencia/mundodestetamanho.php3) 

(Resulta este post, com muita honra para este Blog e como prova de que as áreas de saber são artificialidades 'quebráveis', da contribuição da Professora Auxília Ramos, de Língua Portuguesa do CLF. O autor do trecho transcrito trará, é previsível, de família o fascínio pelo Natural e a vontade de o registar e lhe dar (mais) magia)


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